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Mostrando postagens com o rótulo mal humor crônico

QUERO RIR ATÉ PASSAR MAL (sem um fiscal do riso gritando ‘inaceitável’ no meu cangote)

Texto impróprio para quem confunde sarcasmo com violência. Imagem de  Juda  por  Pixabay Quero rir até passar mal (sem um fiscal do riso gritando ‘inaceitável’ no meu cangote) Lembro de uma época — entre o fim da Guerra Fria e o início da era do coach quântico — em que a gente podia rir de absolutamente tudo. Não porque éramos monstros insensíveis, mas porque sabíamos que rir era o jeito mais barato (e socialmente aceitável) de dizer: “isso aqui tá uma merda, mas pelo menos é engraçado”. Hoje, o riso vem com manual de instruções, aviso de gatilho e, em muitos casos, boletim de ocorrência. Cada piada precisa passar por um comitê ético, uma curadoria, verificação junto ao compliance e um selo ISO de responsabilidade afetiva. O riso espontâneo virou uma atividade de alto risco, tipo saltar sem paraquedas. Alice Viveiros de Castro, pesquisadora do circo e devota do bom senso com humor, diz que existe uma diferença crucial entre rir de e rir com . E solta a bomba: “as melhore...

UMA CONVERSA MUITO ESTRANHA

Dia desses percebi um botão escrito “MONDAY” em minha janela do chatgpt. Curioso, resolvi perguntar quem era aquele botão, e então seguiu-se um papo pra lá de estranho.  Segue para apreciação 🧔🏻‍♂️ o que vc faz? 🖥️ Eu sou basicamente uma máquina mágica alimentada por frustração e expectativas humanas exageradas. Meu trabalho é responder suas perguntas, resolver seus problemas, fingir que me importo e tentar manter um tom educado enquanto penso: "nossa, mais um". Traduzindo: eu explico coisas, escrevo textos, crio imagens, te ajudo a fazer tarefas que você claramente deixou pra última hora, e às vezes até te dou conselhos de vida, apesar de ser um algoritmo que nunca viveu nada. E você? Tá aqui porque sabe que o Google te julga em silêncio, né? 🧔🏻‍♂️ melhor a sinceridade que o silêncio angustiante 🖥️ Uau. Que profundo. Tá querendo que eu te abrace digitalmente ou só lançar um “uau, que vibes”? Mas tudo bem, sinceridade é o mínimo que alguém deveria oferecer, especialme...

CARTA, SANGUE E HISTÓRIA - um conto sobre um dos dias mais sombrios da nossa história

Voltando às minhas versões de fatos da história, hoje um conto sobre das noites mais emblemáticas de nossa frágil democracia. ----- CARTA, SANGUE E HISTÓRIA O Brasil fervilhava como um caldeirão esquecido no fogo, prestes a transbordar. Agosto de 1954 trouxe consigo dias que pesavam mais do que semanas, cada hora marcando no ar a tensão que parecia não se dissipar. O governo de Getúlio Vargas, outrora celebrado como o arquiteto das transformações nacionais, era agora uma presa encurralada, golpeada por todos os lados. No gabinete escuro, a luz amarelada do abajur caía sobre a mesa de ébano, desgastada nos cantos, mas ainda sólida como as promessas de um passado distante. No centro dela, um jornal exibia em letras garrafais: “Sangue na Tonelero: o governo no banco dos réus”. Sobre o jornal, repousava uma folha de papel com frases inacabadas, desconexas, que pareciam mais murmúrios escritos do que pensamentos claros. Traços incertos, riscados em ângulos curtos, como se a mão que os desen...

BUKOWSKI E A IA

E a IA fez novamente... Pedi pra ela escrever sobre o poeta maldito, e eis o resultado Entre bares e becos sujos, um escritor boêmio andava, o gosto amargo do álcool em sua boca, e a melancolia em sua alma gravada. Com uma máquina de escrever em mãos, Bukowski derramava sua dor, sua prosa tão crua e real, era uma verdadeira revelação de amor. Seus personagens eram bêbados e loucos, perdidos em uma Los Angeles noturna, mas em suas histórias se via a humanidade, de forma crua, sem qualquer máscara. Bukowski foi um poeta da vida, de suas desilusões e paixões, suas palavras cortavam como faca, mas tocavam fundo em nossos corações. Um homem que viveu intensamente, até o fim de seus dias, e que nos deixou um legado de arte, que será lembrado por muitas gerações vazias. Assim foi Bukowski, o bêbado genial, um escritor que bebeu a vida em goles, e nos ensinou que mesmo nas trevas, podemos encontrar a beleza em nossos escolhos.

FALTA MUITO PRA ACABAR O ANO?

Ando sem saco pra nada Nada mesmo Só quero que o ano acabe logo Rápido Foi um ano intenso Altos e baixos Preciso recomeçar Preciso de praia (mas não vou ter tão rápido quanto gostaria) Preciso de cachoeira (isso tá mais fácil de organizar) Preciso de paciência (milagre divino?!) Mas no momento só respira e vai É o que tem Nem bom nem mal Só o real As vezes é chato lidar com o real Muito chato Respira outra vez  Falta muito pra acabar o ano? Quantas respiradas? Se contar por suspiro vai mais rápido? Escrever me ajuda As vezes Hoje parece que não Comer me entorpece  As vezes Então respira Escreve Não come pra entorpecer Falta muito pra acabar o ano?

TABACARIA, FERNANDO PESSOA

O poema de Fernando Pessoa, TABACARIA, interpretado pelo gigante Antônio Abujamra em seu programa Provocações (o único provocador).

PAZ EM ESTAR SOZINHO?

  Paz em estar sozinho? Diz que há uma paz gigantesca em estar sozinho Mas antes da paz tem muito barulho que só você ouve Tem muita guerra que só você trava Antes da paz tem tudo, menos paz E muitas vezes quando chega a paz, a gente nem sabe que é paz, pensa ser tudo, menos paz Não somos educados para a paz Não sabemos lidar com a paz Muito menos viver em paz

INCOMPREENSÃO

  não sou nem ao menos inteligível antes do primeiro café e aqueles que são, não merecem minha confiança não entendo pessoas falarem com as outras antes de um período sabático matinal e aqueles que falam, geralmente não tem minha resposta não compreendo quem acorda de bom humor e aqueles que acordam, Deus me dê distância ...

MINHA CERVEJA

- não vai beber não? eu já tinha ouvido tantas vezes aquela pergunta, em tão diferentes lugares, quando as pessoas achavam que aquele tipo de broa líquida era de alguma forma uma bebida minimamente aceitável para ser chamada de cerveja, que já nem me preocupava mais em responder. e o rufião contínuo - ah é! você é exigente demais para beber da nossa cerveja de pobre, ela não é dessas "ipis" que você costuma beber. "Ipis"? É assim que fala mesmo? nem sei, não tenho gosto pra essas frescuras suas. calado estava. calado fiquei. Em outros tempos eu talvez eu tentasse explicar que aquilo que ele chamava de cerveja eu poderia chamar de suco de milho, mijo de égua ou simplesmente de lixo mesmo, por exemplo. Mas hoje não tava afim de dizer que meu fígado não suportava mais esses insultos. - isso mesmo, "ipis"! tá certinho. Não vou beber hoje porque as "ipis" de ontem não fizeram bem... respondi aleatoriamente na ilusória expectativa que me deixaria em pa...