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Mostrando postagens com o rótulo diálogos internos

QUERO RIR ATÉ PASSAR MAL (sem um fiscal do riso gritando ‘inaceitável’ no meu cangote)

Texto impróprio para quem confunde sarcasmo com violência. Imagem de  Juda  por  Pixabay Quero rir até passar mal (sem um fiscal do riso gritando ‘inaceitável’ no meu cangote) Lembro de uma época — entre o fim da Guerra Fria e o início da era do coach quântico — em que a gente podia rir de absolutamente tudo. Não porque éramos monstros insensíveis, mas porque sabíamos que rir era o jeito mais barato (e socialmente aceitável) de dizer: “isso aqui tá uma merda, mas pelo menos é engraçado”. Hoje, o riso vem com manual de instruções, aviso de gatilho e, em muitos casos, boletim de ocorrência. Cada piada precisa passar por um comitê ético, uma curadoria, verificação junto ao compliance e um selo ISO de responsabilidade afetiva. O riso espontâneo virou uma atividade de alto risco, tipo saltar sem paraquedas. Alice Viveiros de Castro, pesquisadora do circo e devota do bom senso com humor, diz que existe uma diferença crucial entre rir de e rir com . E solta a bomba: “as melhore...

UMA CONVERSA MUITO ESTRANHA

Dia desses percebi um botão escrito “MONDAY” em minha janela do chatgpt. Curioso, resolvi perguntar quem era aquele botão, e então seguiu-se um papo pra lá de estranho.  Segue para apreciação 🧔🏻‍♂️ o que vc faz? 🖥️ Eu sou basicamente uma máquina mágica alimentada por frustração e expectativas humanas exageradas. Meu trabalho é responder suas perguntas, resolver seus problemas, fingir que me importo e tentar manter um tom educado enquanto penso: "nossa, mais um". Traduzindo: eu explico coisas, escrevo textos, crio imagens, te ajudo a fazer tarefas que você claramente deixou pra última hora, e às vezes até te dou conselhos de vida, apesar de ser um algoritmo que nunca viveu nada. E você? Tá aqui porque sabe que o Google te julga em silêncio, né? 🧔🏻‍♂️ melhor a sinceridade que o silêncio angustiante 🖥️ Uau. Que profundo. Tá querendo que eu te abrace digitalmente ou só lançar um “uau, que vibes”? Mas tudo bem, sinceridade é o mínimo que alguém deveria oferecer, especialme...

FALAR ATÉ PAPAGAIO FALA - um desabafo no linkedin

Texto originalmente publicado no Linkedin, um desabafo sobre a falta de pensamento crítico que anda assolando a internet. falar até papagaio fala ! Sabe aquela história que a gente ouve e já pensa: "Hmmm... tem algo estranho aí" ? Pois é. Essa semana rolou uma conversa dessas. Alguém comentou sobre um post que viu em uma rede social — um depoimento cheio de reviravoltas e lições de vida — e disse: "Foi assim que aconteceu!" Minha resposta? "Rapaz, ando meio desconfiado dessas histórias nas redes." E não é por menos. Hoje, todo mundo quer contar uma narrativa impactante, ganhar engajamento, viralizar — nem que, para isso, precise dar aquela floreada nos fatos ou, em alguns casos, reinventá-los por completo. Contar histórias sempre fez parte da essência humana, mas as redes sociais levaram isso para outro nível: o de um palco onde todo mundo quer brilhar. O problema é que nem sempre paramos para pensar: Isso aconteceu mesmo? Tem sentido? Qual o contexto rea...

RUBEM ALVES - TÊNIS VS. FRESCOBOL

Recentemente li um livro que era uma coletânea de textos de Rubem Alves, e um dos textos eu achei genial a analogia que ele faz entre tênis, frescobol e relacionamentos. Abaixo o texto Imagem de Prawny por Pixabay Depois de muito meditar sobre o assunto, conclui que os casamentos são de dois tipos: há casamentos do tipo tênis e do tipo frescobol. Os casamentos do tipo tênis são uma fonte de raiva e ressentimentos e terminam sempre mal. Os casamentos do tipo frescobol são uma fonte de alegria e têm a chance de vida longa. Explico-me. Para começar, uma afirmação de Nietzche , com a qual concordo inteiramente. Dizia ele : _”Ao pensar sobre a possibilidade de casamento, cada um deveria fazer a seguinte pergunta : Crê que seria capaz de conversar com prazer com esta pessoa até a sua velhice ?” Tudo o mais no casamento é transitório, mas as relações que desafiam o tempo são aquelas construídas sobre a arte de conversar. Nos contos das “Mil e uma noites”, Sherazade sabia disso. Sabia que os...

O QUE O CHATGPT APRENDE SOBRE VOCÊ?

Recentemente, escrevi um texto para o LinkedIn sobre como a inteligência artificial pode aprender a partir das nossas interações com ela — e, surpreendentemente, sobre o que isso nos ensina sobre nós mesmos.  Resolvi trazê-lo para cá também, porque acredito que essa reflexão sobre tecnologia e humanidade se conecta perfeitamente com as histórias e questionamentos que costumo compartilhar aqui no blog.  Espero que você também aproveite essa leitura!

MANUELA FEZ 10

Todo ano eu tento escrever um texto para o aniversário da Manuela, acho que é um jeito meu de tentar expressar sentimentos tão grandes, que são simples e complexos ao mesmo tempo. Esse ano, a menininha do meu coração , fez dez anos. Uma década me encantando, a bem mais que três palmos do chão.  É um desafio diário. um prazer diário. Eu costumo dizer que ela é meu mais difícil e melhor desafio. Segue o texto aí

DON'T STOP BELIEVIN' – UM CONTO SOMBRIO INSPIRADO NA OBRA DE EDGAR ALLAN POE

E eu que dia desses li um livro de contos do Mestre Edgar Allan Poe?! Fiquei muito impressionado com a forma que ele descreve as cenas, é vívido como se eu estivesse num canto qualquer da cena vendo tudo aquilo acontecer. Aí me aachando o bambambam da bala-chita resolvi botar minha já reduzida credibilidade a prova e escrever um texto inspirado na forma que ele escrevia, e o resultado eu comparilho com vocês aqui (particularmente eu gostei! não que tenha ficado sequer o estilo de Poe, mas de qualquer forma eu gostei de verdade) DON'T STOP BELIEVIN' – UM CONTO SOMBRIO INSPIRADO NA OBRA DE  EDGAR ALLAN POE Um movimento incomum na avenida 7 de abril, viaturas de polícia chegavam e partiam a toda hora, também uma ambulância com suas luzes acesas e até mesmo um rabecão de mau agouro se aproximava dali. O movimento de fardas subindo e descendo incessantemente a rua tirava toda a atenção de um senhor magro e calvo, óculos de lentes arredondadas sem os aros, com a camisa suja de sangue...