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- tá estranho, que foi?
- nada não, nada demais. Só pensando umas coisas...
- se fosse nada demais não estaria com essa cara, fala logo desembucha!
- sério, nada demais.
- anda logo, tenho tempo pra essas frescuras não...
- é que acho que talvez as pessoas possam estar com uma visão errada de mim.
- como assim?
- deixa pra lá
- anda logo ou!
- as vezes, uns amigos quando viajam, as vezes, me trazem uma lembrança, nada demais só lembrancinha mesmo. Mas ultimamente essas lembrancinhas sempre tem sido bebidas, só bebidas. Será que as pessoas estão achando que estou bebendo demais?
- ué...
-ué o que?
- nhã....deixa pra lá
- ah não! agora pode falar.
- deixa quieto.
- não! você tá achando que eu bebo demais?
(pausa para silêncio constrangedor)
- eu não falei isso, você quem tá falando! você acha que tá bebendo demais?
- nem vem! sei quando quer me enrolar. Fala logo. Acha que estou bebendo demais sim ou não?
- eu não acho nada. Você quem tá achando demais.
(outra pausa dramática)
- eu tô todo grilado aqui, preocupado e você fica me deixando mais bolado ainda.
- tá bom! sabe o que eu acho?
- o que? Fala logo anda...
(ia ter pausa mas o ansioso não deixou)
- acho que a gente devia beber...
- que? (cara de tacho)
(risadas)
- você tá preocupado demais, vamos beber pra relaxar.
- mano, a minha terapeuta trouxe uma cachaça pra mim...
- então o caso é grave mesmo, vamos beber, a cachaça, pra analisar.
(mais risadas - e vamos beber porque amar tá difícil)
...
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