Texto originalmente publicado no instagram em algum momento do longínquo ano de 2021....
Se tem uma coisa que realmente prende a atenção da Manuela, que faz ela até largar a televisão, é um livro.
Sempre que vamos ao shopping o único pedido dela é ir à "biblioteca", que no caso é como ela se refere a livraria do shopping.
Ah! Ela pede sorvete de chocolate também.
Lá ela se esbalda.
Pega um livro, senta no chão.
Folheia com um interesse tão genuíno que é bonito de ver
Quando acaba, ela devolve o livro onde pegou.
Escolhe outro, e retorna para seu ritual.
Quanto tempo isso dura?
Se pudesse muito mais que o tempo que ficamos no shopping.
Geralmente como tributo para podermos ir, ela escolhe um livro para poder levar pra casa.
Acho que o último foi a versão da Turma da Mônica para o clássico de Lewis Carrol, história que ela sempre gostou nos filmes (principalmente os live action).
Quando chega em casa, com o tributo pago, tenho que ler pra ela.
Depois ela pede o filme.
Percebe que há diferenças entre as histórias.
“Quando acordei hoje de manhã, eu sabia quem eu era, mas acho que já mudei muitas vezes desde então”.
- Pai, por que o livro e o filme são diferentes?
- Uai minha filha, porque cada um tem uma forma de contar a história.
- Mas é a mesma história!
E assim, como Alice que se modificou muitas vezes desde a manhã daquele dia, Manuela também se modifica a cada contato com as histórias que a encantam.
Cada dia uma mudança, uma novidade.
Cada dia um novo questionamento que me faz pensar de onde aquele ser humaninho tira tantas dúvidas.
“Alice: Chapeleiro, você me acha louca?
Chapeleiro: Louca, louquinha ! Mas vou te contar um segredo: as melhores pessoas são”.
Então que sejamos loucos, inconstantes, mudando o tempo todo com a mesma leveza que Alice e Manuela.
Até porque, como diz o ditado, água parada cria bicho...
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